Saiba como recuperar o controle mesmo quando tudo parece estar perdido.
Ah, a adolescência… Uma fase única para cada um de nós e um dos maiores desafios da parentalidade. Vamos falar sobre esse momento marcante e, muitas vezes, difícil de lidar.
A adolescência é um período de transição no desenvolvimento físico e psicológico, onde deixamos de ser crianças e começamos a entrar na idade adulta. A sociedade nos ensina que essa é a fase em que recebemos o treinamento oficial para nos tornarmos adultos.
Biologicamente, a adolescência é marcada pelo início da puberdade e o fim do crescimento físico, com mudanças nos órgãos sexuais e nas características físicas como altura, peso e massa muscular.
Mas o que acontece no nosso cérebro durante essa fase? Por que começamos a pensar e agir de maneira tão diferente?
O cérebro na adolescência
Você já deve ter reparado, talvez até em você mesmo, que na adolescência uma série de comportamentos e pensamentos mudam, causando frustrações e irritabilidade em quem está ao seu redor, especialmente nos seus pais.
Isso acontece porque seu cérebro está mudando drasticamente. As áreas responsáveis pelo autocontrole, discernimento, emoções e organização estão se desenvolvendo intensamente. As ligações entre os neurônios que não estão sendo usadas desaparecem, enquanto as que são usadas ficam mais fortes, num processo chamado “poda sináptica”, que torna o cérebro mais eficiente.
É por isso que a falta de bom senso, a imprudência e as explosões emocionais são tão comuns nos adolescentes. Por exemplo:
Você tem um filho extremamente educado que cresceu num ambiente livre de violência, mas um dia recebe uma ligação da escola informando que ele se meteu numa briga feia e está suspenso das aulas por alguns dias.
Ou sua filha, que sempre adorou brincar com bonecas, de repente joga toda a sua coleção no lixo e adota um estilo de cabelo com mechas coloridas.
Sabendo de tudo isso, você pode estar se perguntando:
“Ok, Michelle. Mas e as afrontas, as respostas afiadas? Por que eles nos desafiam tanto?”
A mente de um adolescente
Como viemos conversando até agora, a adolescência é uma fase extremamente turbulenta para o organismo. Muitas coisas estão em desenvolvimento, e isso inclui fatores sociais e psicológicos.
Pode parecer que as respostas afiadas e os comportamentos desafiadores são um prazer pessoal da fase, mas na verdade, existem motivos que justificam essas atitudes, como:
- Busca por autonomia e identidade: os jovens estão tentando descobrir quem são e estabelecer sua identidade, independente de seus pais.
- Pressões sociais e acadêmicas: o desejo de se encaixar, somado às expectativas escolares e familiares, pode criar um ambiente estressante que contribui para comportamentos desafiadores.
- Comunicação e frustração: muitas vezes, os adolescentes sentem que não são ouvidos e compreendidos por seus pais ou outras figuras de autoridade, o que gera uma expressão forte de desespero.
- Modelagem de comportamento: os adolescentes podem estar imitando comportamentos que observam em casa ou entre seus pares. Se veem comportamentos desafiadores sendo aceitos ou recompensados, podem estar mais inclinados a adotá-los também.
- Necessidade de controle: ao desafiar as regras e os limites, os adolescentes podem estar tentando obter uma sensação de controle sobre suas vidas.
Enfim, essa é uma fase de pressão total. Se a sociedade e o nosso corpo dizem que é nesse período que nos tornamos o melhor adulto possível, vamos tentar de todas as maneiras moldar uma nova personalidade. E nesse caminho, cruzamos com vários desafios e respostas afiadas. Porém, a verdade é que nossos filhos estão se tornando adultos e precisam de nós nesse processo.
“Mas, como eu faço isso, Michelle? Eu não tenho autoridade, meu filho me questiona o tempo todo.”
Como lidar quando meu filho me questionar
Antes de tudo, é importante entender que, para uma adolescência saudável, bons hábitos são essenciais. O desenvolvimento do cérebro adolescente pode ser conscientemente controlado pelos próprios adolescentes. Aqueles que aprendem a organizar seus pensamentos, compreender conceitos abstratos e controlar seus impulsos estarão preparando as fundações neurais para o resto de suas vidas.
Claro, por mais saudável que essa fase possa ser, questionamentos são inevitáveis.
Então, como nós, pais, podemos lidar com isso?
Aqui estão alguns passos simples e práticos que podem ajudar:
- Mantenha a calma: respire fundo e mantenha a calma. Reagir com raiva ou frustração pode intensificar o conflito.
- Ouça atentamente: dê a seu filho a chance de expressar seus pensamentos e sentimentos sem interrupções. Isso mostra que você valoriza a opinião dele e está disposto a ouvir.
- Valide os sentimentos: reconheça e valide os sentimentos do seu filho, mesmo que você não concorde.
- Responda com empatia e respeito: responda de maneira empática e respeitosa. Evite ser condescendente ou desdenhoso. Tente entender a perspectiva dele.
- Explique suas razões: se o questionamento estiver relacionado a uma regra ou decisão, explique as razões por trás dela. Adolescentes são mais propensos a aceitar uma regra quando entendem o motivo.
- Seja flexível, se possível: se houver espaço para negociação ou compromisso, mostre-se disposto a ouvir e considerar as sugestões do seu filho. Isso pode reforçar a ideia de que as regras podem ser razoáveis e justas.
- Mantenha a consistência: se a questão for sobre uma regra ou limite importante, mantenha-se firme, mas faça isso de maneira calma e consistente. A consistência ajuda a estabelecer segurança e previsibilidade.
- Use a oportunidade para ensinar: use o questionamento como uma oportunidade para ensinar habilidades de resolução de problemas e comunicação. Mostre como discutir de maneira respeitosa e construtiva.
- Seja um modelo de comportamento: demonstre o tipo de comportamento que você espera do seu filho. Se você quer que ele seja respeitoso e calmo, mostre essas qualidades em suas próprias interações.
- Siga o diálogo com ações coerentes: após a conversa, certifique-se de seguir com ações coerentes com o que foi discutido. Se você prometeu reconsiderar uma regra ou estudar uma questão, faça isso.
Além de estarmos lidando com a adolescência de nossos filhos, ainda fazemos isso na era digital. Por isso, como mãe, igual a você, eu não posso deixar de te apresentar essa ferramenta.
Conheça o programa Arquitetos do amanhã
Eu costumo dizer que nós, pais, somos os “arquitetos do amanhã” para nossos filhos. Temos o poder de moldar não apenas o futuro deles, mas também a nossa relação com eles.
Como psicóloga e neuropsicóloga, posso afirmar que educar adolescentes nessa era digital, de computador e celular é completamente diferente de educar há 30 anos. Por isso, nós, pais, precisamos repensar nossa abordagem e educar de maneira diferente, ou acabaremos vivendo em constante conflito com nossos filhos.
Se você deseja melhorar a relação com seus filhos e criá-los fortes e prósperos, basta se inscrever na Formação de Pais Arquitetos do Amanhã. Nela, você encontrará as 6 ferramentas essenciais da parentalidade, que te guiarão passo a passo para criar filhos resilientes e bem-sucedidos na era digital, melhorando naturalmente sua relação com eles.
Grande beijo.
Michelle Bottrel
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Sobre a Michelle
Psicóloga há mais de 13 anos, Michelle também é mãe do Nicholas e do Christian, neuropsicóloga, especialista em educação infantil e membro da sociedade brasileira de psicologia, membro do Instituto de saúde mental infantil canadense e instrutora de certificação com reconhecimento do MEC.
Nos últimos anos, Michelle Bottrel já ajudou mais de 11.247 mães e pais a criar filhos bem-sucedidos.
