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Meu filho só me obedece se eu bater. O que fazer?

Você já deve ter reparado, em livros de história, novelas de época ou séries que retratam o passado, que a infância praticamente não existia. Ser criança era apenas ser menor, mas as roupas e as responsabilidades eram as mesmas dos adultos.

No passado, muitas famílias se apoiavam em interpretações distorcidas de dogmas religiosos para justificar o uso de violência na educação dos filhos. Isso nos mostra como a noção de infância é recente, e como a prática de bater nos filhos é uma questão cultural, muitas vezes associada ao respeito.

Se a violência é algo comum na sua casa, você provavelmente já se perguntou: “Aqui em casa, só resolvemos as coisas depois de uma palmada. Sempre funcionou! Se é tão ruim, por que dá certo?”

Por que bater funciona?

Antes de explicar por que bater nos filhos pode parecer eficaz para gerar obediência, quero deixar claro que este não é um texto de julgamento. Eu entendo profundamente como é se sentir sem opções, acreditando que bater seja a única forma de ser ouvida, e também sei que isso nunca traz satisfação para nós, pais.

Agora, vamos ao ponto:

Bater nos filhos pode parecer “funcionar” a curto prazo, mas essa obediência geralmente vem do medo, não de compreensão ou respeito.

Vamos exemplificar assim:

Você já pediu várias vezes para o seu filho tomar banho em um intervalo de 30 minutos. O cansaço e a frustração começam a bater, então você decide pegar o chinelo e dar umas palmadas. Imediatamente, seu filho obedece, e parece que isso se resolveu. No entanto, aqui está o que realmente acontece no cérebro da criança naquele momento:

  • Reação de luta ou fuga: A amígdala, responsável por processar emoções, como o medo, é ativada. Isso desencadeia uma resposta imediata de obediência para evitar mais agressão.
  • Cortisol e adrenalina: O ato de bater eleva os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e adrenalina, preparando o corpo para uma emergência.
  • Memórias traumáticas: O hipocampo, responsável por armazenar memórias, associa a punição física com o medo e o trauma.

Em resumo, quando você dá chineladas, seu filho não entende o que você quer ensinar. Ele apenas reage de forma instintiva, buscando se proteger da dor.

Bater não cria obediência verdadeira, baseada em respeito e compreensão. Quem acha que o problema foi resolvido porque a criança “aprendeu” está, na verdade, celebrando a criação de uma memória traumática.

Além das respostas físicas imediatas, há também as consequências emocionais que aparecem na adolescência e até na vida adulta dessa criança.

Impactos de uma chinelada

Eu entendo… Há momentos no dia a dia em que parece quase impossível manter a paciência e as coisas acabam saindo do controle. Mas é fundamental termos em mente os impactos que essas atitudes podem ter.

Voltando à historinha das palmadas antes do banho, vamos refletir sobre os impactos emocionais e a longo prazo de uma rotina constante de punições físicas:

  • Medo e insegurança: A criança pode começar a ter medo dos pais ou responsáveis, o que enfraquece o vínculo emocional. O medo substitui a confiança, levando a uma obediência baseada no pavor, não no respeito.
  • Baixa autoestima: Crianças que são fisicamente punidas frequentemente se sentem inadequadas e desvalorizadas. Com o tempo, isso pode gerar uma autocrítica exagerada e uma autoestima baixa, afetando diretamente o desenvolvimento emocional.
  • Raiva e ressentimento: Embora a obediência momentânea possa acontecer, a criança pode acabar guardando raiva ou ressentimento, que podem se manifestar em comportamento agressivo ou internalizados, causando problemas como ansiedade ou depressão.
  • Aumento da agressividade: Quando a punição física se torna frequente, a criança aprende que a violência é uma maneira eficaz de resolver conflitos. Isso pode desencadear problemas de comportamento agressivo no futuro.

Agora, imagine como seria esse adolescente em um relacionamento, numa entrevista de emprego, ou enfrentando os desafios do dia a dia. Como ele vai dar o primeiro beijo se carregar tanta insegurança e falta de autoestima? Como vai lidar com uma bronca do chefe se estiver repleto de raiva e ressentimento?

Eu sei que, como pais, mesmo quando recorremos a uma ou outra palmada, nosso objetivo é sempre o bem-estar dos nossos filhos. Por isso, quero te mostrar alguns passos para começar a remover a violência da rotina e criar um ambiente mais saudável.

O que fazer quando só bater funciona?

Esses passos vão te ajudar bastante, seja você mãe, pai ou responsável, nos momentos em que parece que a paciência vai se esgotar e também te guiar durante os períodos de calmaria, quando é mais fácil refletir sobre como agir.

1° Passo: Reconheça a necessidade de mudança
É importante reconhecer que, mesmo que bater pareça “funcionar” a curto prazo, os impactos emocionais e psicológicos a longo prazo podem ser prejudiciais. Reforce para si mesma que deseja construir uma relação baseada no respeito e na compreensão.

2° Passo: Identifique os gatilhos
Quais são os momentos que mais te estressa e te fazem pensar em bater? É quando a criança te desafia? Durante as brigas entre irmãos? Ou diante de uma birra? Identificar esses momentos é essencial para prevenir uma reação impulsiva.

3° Passo: Faça uma pausa
Se perceber que está prestes a perder a paciência, faça uma pausa. Saia do ambiente por alguns minutos, respire fundo e conte até dez. Isso permite que seu cérebro “esfrie” e você possa reagir de forma mais controlada e positiva.

4° Passo: Fale com clareza
Explique claramente o comportamento que você espera da criança. Em vez de focar no que ela fez de errado, mostre o que ela pode fazer de maneira diferente.
Exemplo: Ao invés de dizer “Pare de bagunçar”, diga “Você pode brincar, mas precisa guardar os brinquedos depois.”

5° Passo: Use consequências naturais ou lógicas
Em vez de recorrer à punição física, deixe que a criança enfrente as consequências naturais de suas ações ou estabeleça consequências lógicas relacionadas ao comportamento.


Exemplo: Se a criança quebrou um brinquedo que deixou no chão, explique que ela não terá outro brinquedo imediatamente. Assim, ela aprende que suas ações têm consequências reais.

E se você está buscando uma forma de transformar de vez o seu relacionamento familiar e conquistar uma obediência saudável, eu tenho a ferramenta perfeita para te ajudar!

Conheça o “Linguagem da obediência”

As crianças são movidas por suas emoções e graças a evolução da neurociência e da psicologia, existe você tem acesso a uma comunicação capaz de fazer seu filho obedecer de forma voluntária.

Essa ferramenta é a mesma utilizada nos desenhos animados, que as crianças passam boa parte do tempo assistindo. 

E depois de ter estudado muito, aplicado nos meus próprios filhos e estar colhendo os resultados, eu posso afirmar com toda certeza que essa ferramenta funciona! 

E como mãe e psicóloga infantil, eu não posso guardar essa descoberta só para mim.

Por meio deste artigo, eu convido você a fazer parte das mais de 11.247 mães e pais que realizaram o programa Linguagem da obediência e hoje não são mais reféns de gritos para educar os seus filhos.

Grande beijo.

Michelle Bottrel

Sobre a Michelle

Psicóloga há mais de 13 anos, Michelle também é mãe do Nicholas e do Christian, neuropsicóloga, especialista em educação infantil e membro da sociedade brasileira de psicologia, membro do Instituto de saúde mental infantil canadense e instrutora de certificação com reconhecimento do MEC.

Nos últimos anos, Michelle Bottrel já ajudou mais de 11.247 mães e pais a criar filhos bem-sucedidos.

Michelle Viegas Bottrel Psicóloga e Neuropsicóloga CRP04/46900

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