Promova um lar e um relacionamento saudável com o seu filho
Tenho certeza que você já ouviu por aí que gritar com os filhos é “normal” e até ajuda a educar, mas você sabia que isso pode causar ansiedade?
A ansiedade infantil é uma resposta emocional comum quando a criança se depara com situações que percebe como ameaçadoras, desafiadoras ou desconhecidas. Sentir ansiedade em momentos específicos, como uma apresentação na escola ou ao enfrentar algo novo, é natural. No entanto, quando essa ansiedade se torna constante e começa a interferir no cotidiano, ela pode evoluir para um transtorno de ansiedade.
O triste é que muitos pais só percebem a gravidade do problema quando a ansiedade já está afetando significativamente o bem-estar da criança, levando à necessidade de tratamento ou até ao uso de medicamentos para controle.
Sintomas da ansiedade infantil
Eu entendo você… Não é fácil distinguir se algo é apenas uma fase ou se é hora de impor limites, ainda mais com a correria do trabalho e todas as outras atividades do dia a dia, não é?
Por isso, para facilitar, vou compartilhar alguns sinais de alerta para observarmos diariamente em nossas crianças e agir, se necessário.
Fique atenta se seu filho:
- Perde o apetite: Você preparou a comida favorita e ele nem tocou no prato. Observe a frequência com que isso acontece.
- Tem dificuldades para dormir: Se, ao colocá-lo para dormir, ele demonstra medo ou dificuldade para pegar no sono, isso pode ser um sinal.
- Apresenta queda no rendimento escolar: Como pais, sabemos qual é o desempenho normal dos nossos filhos. Qualquer mudança nessa área merece atenção.
- Falta de motivação: Se ele está desanimado até para as brincadeiras que mais gosta, vale a pena observar de perto.
- Preocupações excessivas: Comentários como “O que os coleguinhas vão pensar sobre minhas roupas?” ou “A professora vai ficar brava?” são importantes indicativos.
- Isolamento social: Se a criança prefere telas a brincar com amigos ou se sente desconfortável em eventos familiares, é um ponto de atenção.
- Irritabilidade ou apatia: Explosões de raiva após ouvir um simples “não” ou desinteresse total pelo que acontece ao redor são sinais de alerta.
Ficar de olho nesses pequenos sinais pode fazer uma grande diferença na saúde mental da criança, agora e no futuro. E se você quer entender melhor o que pode desencadear um transtorno mental em uma criança, eu te explico.
O que causa ansiedade infantil?
Antes de falarmos sobre como evitar que nossos filhos passem por esse desconforto emocional, precisamos entender como os gritos podem, na prática, gerar ansiedade infantil.
Quando gritamos com nossos filhos, isso afeta diretamente o emocional deles, criando sentimentos de insegurança, medo e estresse. As crianças, sendo muito sensíveis ao tom de voz dos pais, muitas vezes interpretam o grito como uma ameaça, mesmo quando não há perigo físico real. Esse tipo de reação coloca o cérebro da criança em estado de alerta, o que pode desencadear uma resposta emocional intensa.
Para se desenvolverem de forma saudável, as crianças precisam se sentir seguras e protegidas no ambiente familiar. Os gritos criam um ambiente instável e imprevisível, fazendo com que a criança sinta que está sempre pisando em ovos. Além disso, gritos constantes podem fazer a criança se sentir inadequada ou incapaz de atender às expectativas dos pais, o que, com o tempo, pode levar à baixa autoestima e à autocrítica exagerada – fatores que contribuem significativamente para o desenvolvimento da ansiedade.
Se, assim como eu, você é um pai, mãe ou responsável zeloso, preocupado com o bem-estar emocional do seu filho, provavelmente está se perguntando:
“Michelle, como posso evitar que meu filho desenvolva ansiedade?”
Como evitar os sintomas de ansiedade infantil
Eu sei o quanto é difícil evitar os gritos às vezes, e entendo que você não quer que quem você mais ama passe por um desconforto emocional. Por isso, vou compartilhar alguns passos simples para melhorar as coisas aí na sua casa:
- Estabeleça uma rotina consistente:
As crianças se sentem mais seguras quando sabem o que esperar. Ter horários regulares para alimentação, brincadeiras e sono cria previsibilidade e reduz o estresse. - Ofereça apoio emocional e ouça ativamente:
Crie um espaço seguro onde seu filho possa expressar seus sentimentos sem medo de julgamento. Mostre empatia e esteja presente para ouvir suas preocupações, ajudando-o a entender e nomear suas emoções. - Evite gritar e use uma comunicação positiva:
Gritos e punições severas podem gerar insegurança e medo. Em vez disso, adote uma abordagem calma e firme ao corrigir comportamentos. Explique as regras de forma clara e seja consistente nas expectativas. - Limite a exposição a conteúdos estressantes:
Monitore o tempo de tela e escolha atividades que promovam um ambiente positivo e relaxante, evitando conteúdos que possam gerar ansiedade.
E tem mais uma coisa que pode não só ajudar a evitar que seu filho desenvolva ansiedade, mas também transformar completamente a relação entre vocês, fortalecendo o laço e conquistando a obediência da criança. Quer saber como?
Conheça o “Linguagem da obediência”
As crianças são movidas por suas emoções e graças a evolução da neurociência e da psicologia, existe você tem acesso a uma comunicação capaz de fazer seu filho obedecer de forma voluntária.
Essa ferramenta é a mesma utilizada nos desenhos animados, que as crianças passam boa parte do tempo assistindo.
E depois de ter estudado muito, aplicado nos meus próprios filhos e estar colhendo os resultados, eu posso afirmar com toda certeza que essa ferramenta funciona!
E como mãe e psicóloga infantil, eu não posso guardar essa descoberta só para mim.
Por meio deste artigo, eu convido você a fazer parte das mais de 11.247 mães e pais que realizaram o programa Linguagem da Obediência e hoje não são mais reféns de gritos para educar os seus filhos.
Grande beijo.
Michelle Bottrel
Sobre a Michelle
Psicóloga há mais de 13 anos, Michelle também é mãe do Nicholas e do Christian, neuropsicóloga, especialista em educação infantil e membro da sociedade brasileira de psicologia, membro do Instituto de saúde mental infantil canadense e instrutora de certificação com reconhecimento do MEC.
Nos últimos anos, Michelle Bottrel já ajudou mais de 11.247 mães e pais a criar filhos bem-sucedidos.