Saiba como introduzir as telas sem prejudicar a saúde mental e a vida do seus filhos
Os anos 2000 foram marcados pelo lançamento do primeiro iPhone pela Apple, revolucionando não apenas a telefonia móvel, mas também a maneira como acessamos a internet, nos comunicamos e usamos aplicativos em nossos dispositivos.
Já na década de 2010, testemunhamos um grande avanço na inteligência artificial, aprendizado de máquina e análise de big data, trazendo inovações em diversos setores, desde a saúde até a automação e veículos autônomos.
Após toda essa evolução, hoje, em 2024, a sociedade não sabe mais viver sem smartphones e internet. Parece maravilhoso, não é? Temos mais acesso à informação, lazer na palma da mão e tratamentos de saúde extremamente avançados.
Porém, toda essa tecnologia está causando um efeito reverso na nossa sociedade.
E o pior: está afetando nossos filhos.
Qual é o perigo das telas
A realidade atual é chocante. As crianças estão viciadas em telas, confinadas em apartamentos com pouquíssimo contato social. É quase engraçado pensar que, antigamente, eu e você brincávamos na rua, e ficar em casa era um castigo insuportável.
Você provavelmente olha para essa mudança e se pergunta:
“Qual o problema, Michelle? Meu filho está mais seguro em casa.”
As distrações que nossos filhos utilizam hoje causam vício e grandes danos psicológicos. A dopamina, um neurotransmissor fundamental no cérebro humano, desempenha papéis essenciais na regulação do humor, movimento, recompensa, aprendizado e comportamento motivado.
Ela está fortemente associada ao sistema de recompensa do cérebro, sendo liberada em resposta a estímulos prazerosos. O uso de eletrônicos dispara a liberação de dopamina devido à natureza estimulante e gratificante dos jogos, redes sociais, desenhos, vídeos e outras formas de entretenimento. Quando uma pessoa usa repetidamente esses dispositivos e experimenta a liberação de dopamina, pode desenvolver uma dependência psicológica, buscando cada vez mais essas recompensas.
Isso pode levar a um ciclo vicioso, onde a pessoa sente uma necessidade constante de usar os dispositivos para obter a mesma sensação de prazer ou satisfação.
Além disso, a dopamina está envolvida na plasticidade cerebral, o que significa que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode remodelar os circuitos neurais, tornando o cérebro mais propenso a buscar essas recompensas de forma compulsiva.
Pense em um bebê: a exposição precoce e excessiva às telas pode aumentar o risco de desenvolvimento de dependência ou vício mais tarde na vida, não apenas em tecnologia, mas em qualquer forma de gratificação imediata e constante estimulação da dopamina.
Mas, quais são os impactos? Quais sintomas devo observar no meu filho?
Impactos do vício em telas
Muitos estudos estão sendo realizados sobre os efeitos do uso de telas em crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Especialistas afirmam que crianças viciadas em telas tendem a apresentar ansiedade e agressividade. Já os pré-adolescentes podem desenvolver transtornos alimentares, como anorexia ou ganho de peso, enquanto os adolescentes enfrentam frequentemente a depressão.
Além disso, todas as faixas etárias estão sujeitas ao bullying 24 horas por dia. O uso excessivo de celulares, mídias sociais e jogos pode alterar a estrutura cerebral de seu filho, de maneira muito semelhante ao vício em drogas.
Vamos analisar, por exemplo, os efeitos dos vídeos rápidos:
- Atenção e concentração: o consumo de vídeos curtos e rápidos pode reduzir a capacidade de atenção e concentração, prejudicando a leitura e o estudo.
- Gratificação Instantânea: a exposição frequente a vídeos curtos pode promover um desejo por gratificação instantânea, dificultando a capacidade de esperar ou trabalhar por recompensas a longo prazo.
- Desenvolvimento Cognitivo: o excesso de tempo de tela pode impactar o desenvolvimento cognitivo, incluindo habilidades como memória de trabalho, controle inibitório e resolução de problemas.
- Bem-estar Emocional: o consumo excessivo de mídias sociais, incluindo vídeos curtos, pode estar associado a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
- Interações Sociais: crianças e adolescentes podem passar a preferir interações online rápidas e superficiais em vez de conversas mais profundas e significativas face a face.
A parte mais difícil é que nós, pais, muitas vezes não percebemos rapidamente os efeitos negativos do tempo excessivo de tela. Normalmente, só notamos os problemas depois que eles já afetaram nossos filhos.
Diante disso, surge uma dúvida cruel:
“Então, nunca devo liberar o uso de telas? Como meu filho vai se enturmar com a geração dele?”
Tempo ideal para o uso de telas
Atualmente, grandes empresas de tecnologia tornam seus aplicativos tão viciantes que as crianças acham difícil parar de usá-los. Tudo o mais parece chato em comparação com as telas brilhantes e de movimento rápido.
Diante disso, é fundamental que nós, pais, aprendamos a estabelecer e comunicar limites claros.
A Universidade de Harvard recomenda o seguinte tempo de tela por dia:
- Crianças menores de 2 anos: evitar o uso de telas, exceto para videochamadas com familiares e amigos.
- Crianças de 2 a 5 anos: limitar o tempo de tela a uma hora por dia de programação de alta qualidade. Harvard reforça a importância do conteúdo educativo e da presença de um adulto para ajudar a criança a interpretar o que está vendo.
- Crianças em idade escolar (6-12 anos): estabelecer limites consistentes para o uso de telas, garantindo que não interfira no sono, na atividade física, no tempo com a família e nas responsabilidades escolares.
- Adolescentes (13-18 anos): encorajar um uso equilibrado e saudável da tecnologia. Promover a auto-regulação e o desenvolvimento de hábitos que garantam que o tempo de tela não substitui outras atividades importantes, como esportes, leitura e interação social presencial.
Apesar dessas recomendações, você pode estar pensando:
“Michelle, meu filho não vai respeitar esses limites, ele já está viciado.”
Equilibrando o uso das telas
Se seu filho já está em um nível de vício, como por exemplo ficar chateado ou ansioso agressivo se você tirar o dispositivo ou limitar o tempo de tela.
Você precisa ajudar seu filho!
Não brigue, grite ou castigue, pratique esses passos para realizar para introduzir o equilíbrio das telas com o seu filho..
Comece hoje:
- 1 – Regras Técnicas: defina limites de tempo de tela com base na idade do seu filho para hábitos tecnológicos saudáveis.
- 2 – Acordo de Confiança: anote regras e consequências para ensinar responsabilidade com dispositivos
.
- 3 – Zonas Sem Tela: espaço certas áreas da sua casa para equilíbrio e controle.
- 4 – Dia Sem Tecnologia: escolha um dia por semana sem tecnologia para se relacionar e se divertir juntos.
- 5 – Fun Jar: Crie um pote de atividades divertidas e sem tela para manter a curiosidade viva.
- 6 – Ganhe Tempo de Tela: deixe as crianças terem tempo de tela somente após as tarefas para construir bons hábitos.
- 7 – Navegação Segura: use o controle dos pais para proteger seus filhos online.
- 8: Apoio: ajude as crianças a lidar com a pressão dos colegas e sentir que pertencem.
- 9– Menos Tempo de Tela: reduza lentamente o tempo de tela e substitua-o por atividades da vida real.
- 10– Lidere pelo exemplo: use menos tecnologia para mostrar aos seus filhos o equilíbrio certo.
- 11– O tédio é importante: deixe as crianças ficarem entediadas às vezes para aumentar sua criatividade e independência.
- 12– Conecte-se Offline: crie momentos em família sem dispositivos para desenvolver habilidades sociais e proximidade.
- 13– Controle de Aplicativos: use ferramentas para rastrear o tempo do aplicativo e reduzir as distrações.
- 14– Sono Melhor: inicie uma rotina antes de dormir para desligar os dispositivos e dormir melhor
Para que você consiga mais resultados em libertar seu filho do vício das telas, combine esse passo ao programa Detox Digital.
Conheça o Detox Digital
Nunca houve, na história, um período em que tivemos tanto acesso a tecnologia como atualmente.
A tecnologia mudou a forma como os nossos filhos crescem e vêem o mundo.
Porém, apesar de todos os benefícios entregues à humanidade, a nossa falta de limite ao consumir telas fez com que vício surgisse junto isso.
E se você é responsável por uma criança que está viciada em telas, não se culpe. Ninguém sabia das proporções que toda essa evolução iria tomar.
A boa notícia é que seu filho não precisa mais continuar sofrendo com os efeitos das telas e nem ter o futuro prejudicado.
Por meio deste artigo, eu gostaria de te convidar para conhecer uma ferramenta capaz de libertar seu filho do vícios das telas, de forma simples e prática.
O método “Detox Digital” ajuda você a controlar o tempo de telas dos seus filhos. Você não precisa eliminar as telas do seu filho, você só precisa dominar a tecnologia e não se permitir ser dominado por ela.
Grande beijo.
Michelle Bottrel
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Sobre a Michelle
Psicóloga há mais de 13 anos, Michelle também é mãe do Nicholas e do Christian, neuropsicóloga, especialista em educação infantil e membro da sociedade brasileira de psicologia, membro do Instituto de saúde mental infantil canadense e instrutora de certificação com reconhecimento do MEC.
Nos últimos anos, Michelle Bottrel já ajudou mais de 11.247 mães e pais a criar filhos bem-sucedidos.