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Por que o cantinho do pensamento é perigoso?

Para evitar as palmadas, muitos pais recorrem ao famoso “cantinho do pensamento” como uma forma de impor limites e educar seus filhos. No entanto, o que muitos não sabem é que essa prática também pode ser prejudicial.

Lembram do programa Supernanny? A pedagoga Cris Poli popularizou o cantinho do pensamento. A ideia é simples: colocar a criança em um canto para que reflita sobre seu comportamento. E se a criança resistir? Volte para o mesmo lugar até que entenda a mensagem e os limites sejam estabelecidos.

Já sabemos que a violência não é o caminho para uma educação saudável e um bom relacionamento com nossos filhos, mas como um método aparentemente inofensivo como esse pode causar danos?

A verdade por trás do cantinho do pensamento

Eu entendo perfeitamente seu dilema: você não quer bater ou gritar com seu filho para impor limites, mas precisa encontrar uma maneira de ajudá-lo a entender as consequências de seus atos e diferenciar o certo do errado, certo?

Infelizmente, o cantinho do pensamento também não é a solução ideal, e vou te explicar por quê:

Primeiro, é importante lembrar que, apesar de parecer inofensivo, o cantinho do pensamento ainda é uma forma de castigo. E, assim como as palmadas, insistir em métodos punitivos pode trazer consequências negativas a longo prazo.

Além disso, essa prática tem algumas falhas estratégicas, como:

Falta de reflexão genuína: Espera-se que a criança “pense” sobre seu comportamento, mas, na verdade, ela pode acabar apenas frustrada e ressentida. Crianças pequenas, especialmente, têm dificuldade em refletir de forma abstrata sobre suas ações e sentimentos.

Desconexão emocional: Colocar a criança no cantinho do pensamento pode fazê-la se sentir isolada ou rejeitada. Isso prejudica o vínculo emocional com os pais, dificultando ainda mais a comunicação e o aprendizado.

Reforço de comportamentos negativos: Se a criança recebe atenção, mesmo que negativa, ao ser colocada no cantinho do pensamento, ela pode repetir o comportamento indesejado para continuar recebendo atenção.

Não ensina habilidades sociais: O cantinho do pensamento não ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais ou emocionais, como resolução de conflitos ou controle de impulsos. Sem essas habilidades, o comportamento indesejado tende a se repetir.

Agora, vamos falar sobre soluções. Afinal, o que podemos fazer para educar nossos filhos de maneira saudável e próspera?

Alternativas ao cantinho do pensamento

Para entender melhor as alternativas, vamos usar um exemplo prático:

É hora do almoço e você preparou o prato favorito do seu filho. Ele come até se sentir satisfeito, mas em vez de avisar que terminou, ele empurra o prato para o chão.

Nós, adultos, sabemos que essa atitude é desrespeitosa, mas para a criança, foi apenas uma forma de mostrar que estava satisfeita. Em vez de colocá-la no cantinho do pensamento para refletir sobre essa atitude, tente o seguinte:

1. Resolução de problemas conjunta: Identifique o problema junto com a criança e pensem em soluções possíveis. No exemplo, discuta outras maneiras de ela expressar que está satisfeita, como avisar ou simplesmente pedir para retirar o prato.

2. Consequências naturais ou lógicas: Em vez de impor um castigo, deixe que a criança enfrente as consequências naturais de suas ações. Se ela derrubou o prato de propósito, por exemplo, peça que ajude a limpar a sujeira no chão.

3. Histórias ou brincadeiras de ensaio: Use histórias ou brincadeiras para recriar situações problemáticas e ensaiar respostas apropriadas. Por exemplo, use bonecos para simular o cenário e mostrar como resolver o conflito de forma positiva.

4. Conexão antes da correção: Antes de corrigir o comportamento, conecte-se emocionalmente com a criança. Isso pode ser feito com um abraço, um olhar de compreensão, ou algumas palavras de carinho, mostrando que você entende como ela se sente.

Pratique esses passos e, ao mesmo tempo, fortaleça ainda mais a relação com seu filho, utilizando a melhor ferramenta para criar um ambiente saudável e colaborativo.

Conheça o “Linguagem da obediência”

As crianças são movidas por suas emoções e graças a evolução da neurociência e da psicologia, existe você tem acesso a uma comunicação capaz de fazer seu filho obedecer de forma voluntária.

Essa ferramenta é a mesma utilizada nos desenhos animados, que as crianças passam boa parte do tempo assistindo. 

E depois de ter estudado muito, aplicado nos meus próprios filhos e estar colhendo os resultados, eu posso afirmar com toda certeza que essa ferramenta funciona! 

E como mãe e psicóloga infantil, eu não posso guardar essa descoberta só para mim.

Por meio deste artigo, eu convido você a fazer parte das mais de 22.954 mães e pais que realizaram o programa Linguagem da obediência e hoje não são mais reféns de gritos para educar os seus filhos.

Grande beijo.

Michelle Bottrel

Sobre a Michelle

Psicóloga há mais de 13 anos, Michelle também é mãe do Nicholas e do Christian, neuropsicóloga, especialista em educação infantil e membro da sociedade brasileira de psicologia, membro do Instituto de saúde mental infantil canadense e instrutora de certificação com reconhecimento do MEC.

Nos últimos anos, Michelle Bottrel já ajudou mais de 11.247 mães e pais a criar filhos bem-sucedidos.


Michelle Viegas Bottrel Psicóloga e Neuropsicóloga CRP04/46900

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